A noite me atormenta, não consigo dormir…há uma atmosfera de dúvidas, questionamentos, indecisões, realidades que trazem um sentimento estranho…como uma onda que vai e vem….
Há uma necessidade de olhar “o mundo lá fora”, de sentir o frescor da madrugada, de ouvir os jovens rindo na calçada perto do meu apartamento, onde há um Pub.
Ligo um CD do Renato Russo e procuro relaxar, imaginado a montagem de meu próximo livro, mas é contagiante olhar para a escuridão da noite e não ter a vontade de “viver a noite!”
Quando nossos filhos são crianças, ficamos estafadas de tantas atividades, tantas brincadeiras, somos obrigadas a termos duas jornadas: o trabalho profissional e a vida com os familiares, mas não temos a consciência de que mais tarde, quando crescerem e forem talvez para outra cidade , estado ou até mesmo outro país, sentiremos falta de tudo isto, e a casa ficará vazia…muito fria …já não somos mais tão jovens e ficamos inteiramente sozinhos!
Olhamos para o companheiro e também percebemos, que tudo se transformou, a saúde já não nos acompanha com tanta frequência, somos dois sozinhos …somamos lembranças, saudades de alguns momentos, mas não podemos agora viver o que seria saudável, como dançar , viajar, ir a um show ou cinema, ou simplesmente comer um peixe ao som de uma música ao vivo !Um de nós ficou debilitado fisicamente e precisamos neste momento de cumplicidade!
Como a vida nos surpreende!
Esperamos sempre por momentos melhores e deixamos de “curtir” o presente, para projetarmos no futuro um momento mais calmo, mais equilibrado em todos os sentidos, mas nos esquecemos de que o “amanhã” não nos pertence!
“Mais é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem…”
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